quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Fora de prazo

Quem diria, o dia, chegaria...

O dia...

O dia...
O dia... O dia. O dia; O dia, o dia o dia o dia o dia o dia o dia...

Um dia adia o dia,
Em dia adia o dia,
Um dia-a-dia adia,
em dia adia o dia.

Um dia...
O dia...
Em dia...
Após dia... dia... dia... dia...

O dia-a-dia odeia
odeia odeia o dia,
O dia o dia o dia,
O dia adia adia...

Dia, dia; dia. Dia!

E a noite cai calma e serena...

Mendigo

Eu não tenho tudo o que quero,
Mas tenho mais do que preciso,
Menos que penso precisar.

Mas, por mais que menos tenha,
Eu sempre vou possuir
O suficiente para te ajudar.

Num mundo onde as pessoas são trocadas por números,
Me chame apenas de amigo,
Mas nunca deixe de me chamar.

Eu não peço mais do que o seu tempo,
Um dos seus bens mais valiosos,
Que tenho certeza que podes me dar...

Mas, se ainda for muito caro,
Pode me deixar que eu te entendo,
Aprendi que na vida se deve esperar...

Pois eu não tenho tudo o que quero,
Mas tenho mais do que preciso,
Menos que penso precisar.

Destino

Às vezes o destino,
Nos deixa sem palavras,
Tira de nossos olhos o espanto,
De nossos lábios a alegria,
De nossa alma a razão,
De nossa razão a alma,
De nossa vida o significado,
De tudo a maior parte,
De nossos corações a esperança,

O ser já era,
O poder nada pode,
A sensação de não sentir,
Por sofrer e não entender,
Correndo, apesar de cansados,
Lutando, apesar de caídos,
Gritamos, apesar de roucos,
Palavras sem nexo,
Contradições de desejos...

Sim, é uma negação,
E por mais estranho que seja,
Não está tudo acabado!

Nós podemos nos reerguer,
Criando novas energias por geração espontânea,
Fazendo tudo o que sempre achávamos impossível,
Guerreando contra o tempo,
E, por incrível que pareça, GANHANDO!
Por mais duro que seja,
Conseguimos conseguir
Forças para lutar.

Religião,
Correntes de e-mail que redirecionamos,
Bilhete da loteria premiado,
Pedindo ao papai,
Um super livro de auto-ajuda,
União,
Duendes da floresta,
Substâncias alucinógenas que trazem a ilusão de vitória?

Não me pergunte como,
Sou apenas o poeta.

Não deixe

Não deixe que escolham a vida que você vai ter,
Não deixe que escolham as escolhas que você vai tomar,
Não deixe que escolham as roupas que você vai vestir,
Não deixe que escolham o que você vai estudar,
Não deixe que escolham as namoradas que você vai ter,
Não deixe que escolham a religião que você vai acreditar,
Não deixe que escolham o caminho que você vai seguir,
Não deixe que escolham se você vai ser feliz.

Se você for tomar uma decisão, que seja a melhor pra você,
Pois a vida é uma só.

(sem nome)

Cidadão dessa terra
Eu tenho pouco a dizer
Paz no amor e na guerra
Muita sorte pra você

Não sei se mato ou se vivo,
Não sei se quero matar,
Podia ser meu amigo,
E pode me acertar...

Pois então, nessa guerra
Eu venho louco pra vencer
Mas, no amor a essa terra,
Minha sorte é não morrer.

Não sei se mato ou se vivo,
Não sei se quero matar,
Podia ser meu amigo,
E pode me acertar...

Se a razão perde a guerra,
Eu tenho pouco a perder...
Logo o horror recomeça,
Seja forte, vai viver...

Toque

Meu fim é não ter princípios,
Meu segredo é que sou um livro aberto,
Minha certeza é a dúvida,
As minhas palavras são as suas.

Meu destino é continuar seguindo,
Minha jornada é eterna,
Minha vida é aventura,
Minha vida é curta.

Momento breve,
Por mais que duradouro,
De caminhos escuros
O meu limite é o seu toque.

Meus espelhos são seus olhos,
O meu eco são suas palavras,
Minha barreira é a sua pele,
Meu conforto são os seus cabelos,

Não sei onde acabo,
Me confundo com você.
E dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço.

Poema em branco

Muitos poemas de amor,
Eu posso te escrever.
Muitos poemas de amor,
Eu posso te esquecer.

Por isso escrevo em branco
O meu amor por você
Mas, lá no meu âmago,
Não tenho nada a dizer.

Muitos poetas falam muito,
E falam bonito... falam!
Quando o coração bate forte,
... os mais eloqüentes se calam...

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Como perdi meu tempo escrevendo!
Em breve só terei pedaços de papel rasgado!
O amor é tão bom que vale mais que a poesia,
Esse é um poema diferente,
É um poema ouvinte.